Enquanto no Recife, estudantes tentam se escrever para uma das 4.132 vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), enfrentando filas quilométricas das 4h da madrugada até o anoitecer, gerando, inclusive, tumulto com cobertura de imprensa, O SENAI de Santa Cruz quando oferta vagas para cursos gratuitos precisa fazer mobilização nas escolas e no trânsito da cidade para atrair interessados. E o pior é que a disponibilização de inscrições nas escolas e faixas nos semáforos com alunos da instituição usando perucas coloridas não geram o resultado esperado.
Já tive oportunidade de lecionar em um dos cursos no SENAI local e de participar do processo de seleção de inscritos. Abstenções assustadoras eram constantes.
Esperava-se que Santa Cruz do Capibaribe, por ser uma cidade comercial e industrial teria uma das instituições mais disputadas do estado. Como se pode ver, a realidade é outra. A diferença entre a procura pelos cursos na capita e aqui, infelizmente, não estão ligadas apenas à proporção de habitantes e índices de desemprego, mas a cultura mesmo. A sulanca, que tem enriquecido alguns, promove uma aculturação de proporções catastrófica na nossa cidade, pois a valorização do conhecimento tem ficado sempre em último plano.
E assim como na Capital Pernambucana, o progresso econômico tem gerado muitas oportunidades de emprego e urge a necessidade de mão de obra qualificada. Em razão disso, as entidades representativas do comércio santa-cruzense também se esforçam no sentido de trazerem cursos para a qualificação dos profissionais local, na tentativa de minimizar essa situação, porém, com resultados aquém do esperado.
A baixa procura de alunos para estudarem na Escola de Referência Luiz Alves da Silva e o número vergonhoso de inscritos para a futura Escola Técnica de Santa Cruz não justificam o milionário investimento nessas importantes instituições, mas confirmam um lado entristecedor de Santa Cruz: Uma cidade que supervaloriza o ter e não o ser
Professor Tenório
Professor Tenório
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