sábado, 13 de outubro de 2012

O Marketing Eleitoral no Brasil


Foi no período Imperial que a história do voto no Brasil teve seu início. No entanto, naquela época, os responsáveis pela decisão das eleições eram apenas os patrões, considerados as únicas pessoas habilitadas a votar. Contudo, o voto jamais era secreto e havia uma forte ligação com a igreja, inclusive sendo esta, a sede das eleições.
No dia da grande eleição, os eleitores (patrões) eram obrigados a participarem de uma missa, antes do início das atividades políticas eleitoreiras. No ano de 1894, houve uma grande modificação na dinâmica eleitoral, ampliando-se o número de eleitores, não permanecendo somente os patrões com direito a voto.
Foi determinado que todos os homens que obtinham renda acima de 100 mil réis tinham direito ao voto, os demais ainda permaneciam excluídos do processo.
Historicamente essa relação do voto com a população vem sofrendo contínuas transformações, e nos dias atuais o voto eletrônico passou a ser a grande novidade para todos os envolvidos no processo, incluindo-se, então, as mulheres e jovens como cidadãos eleitores.
No Brasil, cada vez mais está ocorrendo a substituição de antigos métodos tradicionais político-eleitorais pelo marketing político . Nesse sentido a maior mudança ocorre no âmbito decisório partidário.
Ou seja, se anteriormente as decisões eram tomadas unicamente pelo chefe político do lugar, ou em alguns casos, por uma equipe estruturada de cabos eleitorais, contemporaneamente elas são definidas em função da imagem construída no período de campanha.
Por isso, ressalta-se que, ao contrário do que acontecia anteriormente, nos dias atuais o setor de marketing passou a ocupar lugar de destaque, sendo reconhecido como o verdadeiro cérebro da campanha, o núcleo de todas as decisões e esquemas políticos.
Deixando-se para trás a premissa de que o centro da campanha era baseado nas propostas políticas. Foi na campanha presidencial de Jânio Quadros que se pode perceber, ainda que discretamente, as primeiras aparições do marketing na política brasileira.
Obviamente que ainda não era conceituado enquanto marketing político ou profissional de marketing, mas ao contrário, o que se percebeu naquele tempo foi que o próprio Jânio realizou sua campanha, quase que de forma intuitiva, mas com dinâmicas efetivas diferenciadas das anteriores (MANHANELLI, 1988).
A campanha de Jânio Quadros configurou-se como inovadora, não em função do número de propostas apresentadas, nem tampouco em função das inovações que ele pretendia fazer no governo, mas sim em função de aspectos diferenciados das campanhas conhecidas até então: cabelos cuidadosamente desgrenhados, segurando sanduíche de mortadela.
E, trazia para embalar a campanha um jingle totalmente inovador, voltado ao ataque da corrupção por meio dos versos: "Varre, varre, vassourinha".
Assim como o desenvolvimento das campanhas sofreu mudanças significativas, também a sociedade se transformou em função de novas tecnologias, novas necessidades e desejos.
Desse modo, a relevância do Marketing Político nos processos eleitorais é consequência da realidade contemporânea, na qual as pessoas passam mais tempo ouvindo rádio e assistindo televisão do que percebendo a si mesmas e suas relações de convivência.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

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