Por Diego Martinelly
Milhões de eleitores foram às urnas no
dia 7 de outubro para escolher prefeitos e vereadores para os próximos quatro
anos. De um lado, estão os responsáveis em aplicar os recursos oriundos dos
governos federal e estadual e também o dinheiro que o município arrecada com os
impostos em áreas como saúde, educação e infraestutura.... Do outro lado,
estavam os responsáveis pelo poder legislativo que, como o nome já diz, vão
propor leis e serão os responsáveis em fiscalizar o dinheiro do povo.
Mas será que 10% dos eleitores
que comemoravam nas ruas sabem distinguir esta diferença de poderes? O próprio
guia eleitoral, tão fiscalizado pela justiça, contribuiu para enganar e
confundir o eleitor. O que teve de vereador afirmando que iria construir escolas,
hospitais e o eleitor terminou entrando nesta onda maldosa foi assustador. A
culpa é da justiça, que deveria ter retirado este tipo de promessa, do eleitor,
que deveria conhecer estas atribuições, ou do político, que ludibriou as
pessoas? Não encontraremos culpados neste processo retrógado em que vivemos.
A justiça não conseguiu punir
os milhares de “fichas-sujas” e colocou todo mundo de igual para igual
nas urnas. A briga jurídica vai durar muito tempo e uma lei tão comemorada pelo
povo – a Lei da Ficha Limpa – que tinha o dever de punir os maus políticos
fracassou na própria ineficiência da justiça. Cobrar que o povo saiba
distinguir as atribuições de um vereador e de um prefeito acho até demais se
pensarmos que o nosso sistema eleitoral evidencia a prática assistencialista e
se esquece de priorizar a educação, que poderia conscientizar e levar maior
reflexão para os eleitores.
Já os políticos apostam na
maioria dos neófitos, já que a minoria consciente não elege ninguém para
continuar falando mentiras e se perpetuando com a prática do pão e do circo no
poder. Mas se o período é de festa da democracia, que deixemos a reflexão de
lado e vamos nos juntar ao mar de vermelho, de amarelo ou de azul que continua
vibrando nas ruas pelos seus mártires.
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