quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A festa da 'burrocracia'


Por Diego Martinelly

Milhões de eleitores foram às urnas no dia 7 de outubro para escolher prefeitos e vereadores para os próximos quatro anos. De um lado, estão os responsáveis em aplicar os recursos oriundos dos governos federal e estadual e também o dinheiro que o município arrecada com os impostos em áreas como saúde, educação e infraestutura.... Do outro lado, estavam os responsáveis pelo poder legislativo que, como o nome já diz, vão propor leis e serão os responsáveis em fiscalizar o dinheiro do povo.
Mas será que 10% dos eleitores que comemoravam nas ruas sabem distinguir esta diferença de poderes? O próprio guia eleitoral, tão fiscalizado pela justiça, contribuiu para enganar e confundir o eleitor. O que teve de vereador afirmando que iria construir escolas, hospitais e o eleitor terminou entrando nesta onda maldosa foi assustador. A culpa é da justiça, que deveria ter retirado este tipo de promessa, do eleitor, que deveria conhecer estas atribuições, ou do político, que ludibriou as pessoas? Não encontraremos culpados neste processo retrógado em que vivemos.
A justiça não conseguiu punir os milhares de  “fichas-sujas” e colocou todo mundo de igual para igual nas urnas. A briga jurídica vai durar muito tempo e uma lei tão comemorada pelo povo – a Lei da Ficha Limpa – que tinha o dever de punir os maus políticos fracassou na própria ineficiência da justiça. Cobrar que o povo saiba distinguir as atribuições de um vereador e de um prefeito acho até demais se pensarmos que o nosso sistema eleitoral evidencia a prática assistencialista e se esquece de priorizar a educação, que poderia conscientizar e levar maior reflexão para os eleitores.
Já os políticos apostam na maioria dos neófitos, já que a minoria consciente não elege ninguém para continuar falando mentiras e se perpetuando com a prática do pão e do circo no poder. Mas se o período é de festa da democracia, que deixemos a reflexão de lado e vamos nos juntar ao mar de vermelho, de amarelo ou de azul que continua vibrando nas ruas pelos seus mártires.

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