quarta-feira, 25 de junho de 2014

Governo lançará Fies da pós-graduação no 2º semestre

O programa terá regras iguais às da graduação, com financiamento parcial e integral e início do pagamento do empréstimo um ano e meio após a formatura


O governo federal vai anunciar no segundo semestre a abertura de crédito educativo para 25 mil alunos de mestrado e doutorado em faculdades particulares. O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) da pós, projeto que ganhou força nos debates internos do Ministério da Educação (MEC) nos dois últimos anos, é uma das apostas para ampliar o acesso, como ocorreu na graduação.
"O lançamento ocorrerá em breve, nos próximos meses. Será um sucesso, pois atenderá à grande demanda das instituições não públicas, além de reduzir a inadimplência", aposta Jorge Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), órgão ligado ao MEC. Alunos de faculdades particulares já têm direito às bolsas da Capes, hoje de R$ 1,5 mil no mestrado e R$ 2,2 mil no doutorado.
Reivindicação antiga, o programa terá regras iguais às da graduação, com financiamento parcial e integral e início do pagamento do empréstimo um ano e meio após a formatura. O crédito valerá para cursos avaliados pela Capes, como mestrados e doutorados, e não inclui especializações ou MBAs (Master Business in Administration). Embora a lei já previsse Fies na pós, isso não ocorreu na prática. Desde 2010, quando o Fies mudou regras de contratação e baixou os juros, são mais de 1,5 milhão de financiamentos.
CRÍTICAS - Uma das principais críticas ao Fies é a baixa qualidade de parte dos cursos financiados. Para Guimarães, o risco é menor na pós. "A garantia é a avaliação da Capes, que é reconhecida e existe desde 1974", explica. "Na graduação, o processo avaliativo é recente e mais difícil." Poderão participar mestrados e doutorados com nota igual ou superior a 3 (o máximo é 7).
Segundo a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Tamara Naiz, a diversidade de mestrandos e doutorandos crescerá no País, com alunos mais velhos e que trabalham. "Mas a prioridade é expandir pela via pública, com universalização de bolsas", diz. O MEC já sinalizou que pretende estender o Fies ao ensino a distância, mas ainda não há previsão para a inclusão.

Da AE



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