Com a galeria tomada por estudantes,
professores e trabalhadores da educação, a Câmara dos Deputados aprovou nesta
quarta-feira (28), por unanimidade, o texto-base do projeto que institui o
Plano Nacional de Educação (PNE).O PNE estabelece 20 metas a serem cumpridas
nos próximos dez anos. Entre as diretrizes, estão a erradicação do analfabetismo;
o aumento de vagas em creches, no ensino médio, no profissionalizante e nas
universidades públicas; a universalização do atendimento escolar para crianças
de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em tempo integral para, pelo menos, 25% dos
alunos da educação básica. O plano destina também 10% do Produto Interno Bruto
(PIB) para a educação – atualmente são investidos menos de 6% do PIB.De acordo com o relator, Ângelo Vanhoni
(PT-PR), a educação integral é a meta mais revolucionária do PNE. “Em
países desenvolvidos, os pais levam os alunos à escola às 7h da manhã e pegam
às 17h. Isso porque a grade curricular, os sistemas municipais de ensino,
contam com os conteúdos básicos – matemática, português, história, etc – e
aulas de reforço no período da tarde, com tempo de sobra ainda para aulas de
música, dança”, comparou.Os deputados votaram conforme o parecer de
Vanhoni, que alterou o texto aprovado no Senado. A principal mudança foi a
alteração no artigo que trata do financiamento da educação. A
comissão especial da Câmara que debatia a proposta aprovou a meta de atingir a
aplicação de 10% do PIB em educação pública ao final dos dez anos, conforme
versão aprovada pela Casa em 2012. O texto do Senado previa que os recursos
também poderiam ser utilizados em isenção fiscal e em subsídios a programas de
financiamento estudantil.
Nas galerias da Câmara, estudantes,
professores e profissionais de educação seguravam cartazes e pediam a aprovação
do PNE. Os manifestantes foram autorizados a acompanhar a votação no plenário e
comemoraram o resultado sob os gritos de “10% do PIB para educação”.A votação do texto-base foi uma maneira de
ganhar tempo na negociação dos temas considerados polêmicos como o que trata do
financiamento da educação. O tema vai ser debatido novamente na próxima semana
quando os deputados devem votar os destaques ao texto.Outro ponto a ser debatido é a possibilidade
de a União ter de complementar recursos de estados, Distrito Federal e
municípios se estes não atingirem o montante necessário para cumprir padrões de
qualidade na educação, conceituados como Custo Aluno Qualidade inicial (CAQi) e
Custo Aluno Qualidade (CAQ).A votação dos destaques do PNE farão parte do
esforço concentrado anunciado nessa quarta-feira, pelo presidente da Casa,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A intenção de realizar um esforço concentrado
para votar matérias de maior apelo da sociedade.
Reportagem: Luciano Nascimento
Fonte: Agência Brasil
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