A inclusão de mais mulheres na política através do
sistema de cotas foi um dos principais temas discutidos, na última segunda-feira
(21/9), no Seminário Internacional Mulher e Poder – Experiência no Fortalecimento
de Políticas de Gênero.
O Brasil é o
180º país do mundo em representação de mulheres na política. Esta posição, o
coloca como o pior país em representação feminina na América do Sul. Roberta
Viegas, representante do Senado Federal, explicou que o sistema de cotas para
mulheres é necessário e fundamental para se mudar este cenário. “O sistema de
cotas é uma forma de compensação para uma política desigual com barreiras
explícitas e implícitas que dificultam a candidatura e eleição de mulheres no
sistema político brasileiro”, afirmou.
No Brasil, o
Senado Federal possui 15,3% de mulheres, a Câmara 9,9%, Assembléia 11%, Câmara
dos Vereadores 13% e de Governadoras, temos apenas 3,7% de mulheres. E por
curiosidade, o Tribunal Superior Eleitoral conta com 28,6% de mulheres em seus
quadros. Os dados são do relatório do Banco Mundial.
O relatório
também apontou a inclusão das mulheres na educação primária de 100%. Já na secundária,
a maioria também é de mulheres. Já nos segmentos de empreendedorismo e
finanças, as mulheres predominam na informalidade. Com relação à propriedade da
terra, no segmento de imóveis rurais, o investimento liberado para as mulheres
tem valor inferior ao mesmo programa liberado para os homens. A gerente de
projetos do Banco Mundial, Fátima Amazonas, citou o Pronaf Mulher o qual o
valor do crédito bem mais baixo do que o Pronaf para os homens. “É importante
destacar que não há justificativa para a diferença de valor, haja vista a
mulher ser melhor pagadora”, conclui.
Roberta Viegas
falou da importância das mulheres não só ocuparem cargos na política, mas também
que ocupem vagas de titulares nos conselhos das empresas e das entidades de
classe. Existem alguns projetos de lei que estão tramitando nas casas
legislativas que não só estipulam a maior representação das mulheres nesses
espaços, bem como a punição para empresas que usarem de meios para
discriminarem mulheres. E uma das formas é a não participação em licitações
públicas.
Participou da
mesa de abertura do seminário, a secretária da Mulher de Pernambuco, Silvia Cordeiro,
o presidente da Fundaj, Paulo Rubem Santiago. A pesquisadora da Fundaj,
Cristina Buarque, que realizou sua palestra à tarde junto com a palestrante da
universidade de Vasóvia (Polônia), Magdalena Wanda Nazarczyk.