O som ao redor que
falo não é o do premiado filme de Kléber Mendonça Filho, mas o causado pelas
recentes mudanças implantadas no trânsito de nossa cidade.
Como trabalho e moro
perto das avenidas Teonilo Silvestre e Cesário Aragão, agora vias de mão única,
convivo há alguns dias com os insistentes apitos dos orientadores de trânsito
que, incansavelmente, bombardeados por críticas e motoristas teimosos, não
param de soprar o apito e fazer o seu trabalho.
Ao ouvir o som, sinto
que algo está mudando para melhor na nossa cidade. Só fico triste por presenciar
tantos motoristas fingindo não saber ou não ter visto a placa indicativa de contramão,
principalmente quando são os mesmos que reclamam do trânsito e desejam uma cidade
melhor. Deveriam saber que uma cidade melhor se constrói por nós mesmos com os
pequenos gestos do dia a dia e não com reverência a uma cor.
Espero, em breve, não
mais ouvir os inúmeros apitos, pois saberei que o trabalho dos orientadores atingiu
seu propósito e que os motoristas aprenderam a importância de pensar no todo.
Como diria o grande Charles
Chaplin: "O som aniquila a grande beleza do
silêncio”.
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