Por voto direto, a comunidade escolherá três nomes, mas o governador apontará o diretor. O candidato terá que fazer curso
O processo de eleição para diretores
de escolas da rede estadual passará por mudanças este ano. A partir de agora, a
escolha do dirigente se dará por meio de uma lista tríplice, eleita pela
comunidade escolar, e encaminhada para avaliação do governador Eduardo Campos,
que terá a decisão final de quem ocupará o cargo. Ao anunciar, segunda (14), as
novas regras, o secretário de Educação, Anderson Gomes, afirmou que existe o
compromisso do governador em nomear o candidato mais votado da lista. “Quando
isso não acontecer, será uma exceção. E haverá uma explicação para isso. Até
agora, em todas as escolhas de dirigentes para outras áreas, como a da Saúde,
feitas por lista tríplice, o mais votado foi sempre confirmado no cargo”,
justificou o secretário. Outra importante alteração é o investimento na
qualificação em gestão escolar dos futuros diretores. Todos os professores
interessados em disputar o pleito terão que participar de um curso de formação.
Só poderão concorrer à vaga os candidatos que forem aprovados nesse processo.
Os professores interessados
devem se inscrever no curso a partir de desta terça (15), por meio do site da
Secretaria de Educação. O prazo segue até o dia 20 de junho. A exigência vale
também para quem for ocupar o cargo de diretor-adjunto. Serão disponibilizadas
11.235 vagas para o aperfeiçoamento em gestão escolar. As aulas serão
ministradas nos fins de semana pela Universidade de Pernambuco (UPE). Com o
certificado na mão, os candidatos passarão para a segunda etapa: a consulta
junto à comunidade escolar para eleger os três nomes que participarão da lista.
Poderão votar para a escolha do diretor os professores efetivos, os estudantes
matriculados (a partir dos 14 anos), um responsável pelo aluno e os
funcionários da escola. A eleição acontecerá simultaneamente em todas as
unidades, dia 9 de dezembro.
Com a lista tríplice na mão, o
governador publicará no dia 18 de dezembro no Diário Oficial os nomes
escolhidos para ocupar o cargo de direção. “Esse é o mesmo processo que
acontece na escolha de reitor das universidades públicas. Não vejo nenhum tipo
de retrocesso nessa metodologia. Pelo contrário, estamos ampliando o acesso a
todos os professores que se interessem em concorrer à vaga e garantindo uma
formação mais qualificada para esses novos gestores”, avalia o secretário de
Educação.
Estudantes da rede estadual
reafirmaram a importância de participar da escolha de quem vai dirigir a
escola. “Somos os interessados diretos nesse processo. É muito importante
sermos ouvidos”, afirma Valter José de Souza Júnior, 15 anos, aluno da Escola
Joaquim Távora, no bairro da Madalena. Sobre a formação de uma lista tríplice,
ele acredita que o mais votado será respeitado na hora da nomeação. “Se a gente
votou nele é porque entendemos que é a melhor indicação”, opinou o estudante.
Os nomeados terão um prazo de
três dias (de 19 a 21 de dezembro) para se matricular no curso de
especialização ou mestrado que será oferecido pela UPE. “Quem não estiver
matriculado em um dos dois cursos não poderá tomar posse no dia 2 de janeiro de
2013”, afirma a secretária-executiva de Gestão de Rede, Margareth Zaponi. Ela
destaca que a mudança mais importante nesse processo é o forte investimento na
qualificação do novo gestor. “As mudanças na escola exigem um perfil mais
preparado, voltado para vencer o desafio de fazer o aluno realmente aprender.
Vamos buscar o aperfeiçoamento em cima de um padrão de competência com forte
ênfase na parte pedagógica”, ressaltou.
A última eleição para diretor
foi realizada em 2005. A escolha este ano envolverá todas as 1.101 escolas da
rede. Estão aptos a se candidatar cerca de 26 mil professores efetivos do
quadro. A quantidade de vagas disponibilizadas para participar do curso de
formação, e com isso se credenciar para o cargo, será definida de acordo com o
tamanho da escola, segundo a Secretaria de Educação.
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