Neste ano, 1.660
escolas da rede pública aderiram ao Programa Ensino Médio Inovador (Proemi),
criado em 2009 pelo Ministério da Educação com o objetivo de reformular uma das
mais problemáticas etapas do ensino. No total, segundo o Ministério da
Educação, o programa passou a atender 10% das escolas públicas com ensino
médio, o que representa uma adesão de 2.015 unidades nos 27 estados.
Em 2011, de acordo
com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a
taxa de reprovação no ensino médio foi de 13,1%, o maior índice desde 1999.
Além disso, 9,6% dos estudantes neste ciclo abandonaram a escola - no primeiro
ano do ensino médio, a taxa de abandono foi de 11,8%. As taxas de reprovação e
abandono no ensino fundamental foram de 9,6% e 2,8% no mesmo período,
respectivamente.
O Proemi é uma
tentativa do governo de desatar o grande “nó” da educação pública do país. Os problemas
encontrados desde as primeiras séries do ensino fundamental vão se acumulando
ao longo dos anos e transformam o ensino médio em um grande 'gargalo'. Com um
extenso conteúdo espremido em três anos letivos, o ensino médio apresenta alto
índice de evasão escolar, alunos acima da idade adequada na série e baixos
índices de proficiência em matérias básicas como português e matemática.
O Programa Ensino
Médio Inovador prevê oferecer disciplinas alternativas e aumentar a carga
horária para tornar a escola mais atraente. Para fazer parte do programa, as
unidades têm de fazer uma proposta de oferecer disciplinas que variam de acordo
com as especificidades da região e estejam dentro de quatro campos de
conhecimento: trabalho, ciência, cultura e tecnologia.
As matérias
obrigatórias previstas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação também devem
estar no currículo. E é necessário ampliar a jornada escolar para, no mínimo,
3.000 horas para os três anos do ensino médio, ou seja, o mínimo de 5 horas de
atividades diárias. Atualmente, pelo currículo tradicional, a lei prevê 4 horas
de aulas por dia, sendo pelo menos 2.400 durante todo o ensino médio.
A previsão do
ministério é atender mais 4 mil escolas no próximo ano e alcançar 100% delas
até 2015. A estimativa de investimento para este ano é de R$ 140 milhões.
Evasão e
baixo rendimento
Problemas de evasão e baixo aproveitamento no aprendizado são detectados desde o início da educação básica, mas é no ensino médio que a situação atinge níveis alarmantes. A avalanche de conteúdo dos 3 anos do ensino médio perdeu o sentido e não se sabe se o objetivo do ensino médio é preparar para o vestibular ou para o mercado de trabalho. Sem a expectativa de cursar uma universidade e longe de encontrar especialização profissional na escola, muitos adolescentes abandonam os estudos para trabalhar e reforçar a renda familiar.
Segundo dados do
Movimento Todos pela Educação coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
só metade dos jovens brasileiros conclui essa etapa do ensino na idade esperada
(até os 19 anos). Desses, apenas 11% aprendem o considerado ideal em matemática.
Todos os anos, os
rankings de desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
revelam o fracasso do ensino médio na rede pública. Em 2010, nenhuma escola
estadual ou municipal apareceu entre as 100 primeiras com as melhores notas. As
13 escolas públicas que aparecem no universo das 100 melhores são colégios de
aplicação de universidades, militares, escolas federais e técnicas.
Do G1
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