quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Seminário discute mais participação das mulheres na política

A inclusão de mais mulheres na política através do sistema de cotas foi um dos principais temas discutidos, na última segunda-feira (21/9), no Seminário Internacional Mulher e Poder – Experiência no Fortalecimento de Políticas de Gênero.
O Brasil é o 180º país do mundo em representação de mulheres na política. Esta posição, o coloca como o pior país em representação feminina na América do Sul. Roberta Viegas, representante do Senado Federal, explicou que o sistema de cotas para mulheres é necessário e fundamental para se mudar este cenário. “O sistema de cotas é uma forma de compensação para uma política desigual com barreiras explícitas e implícitas que dificultam a candidatura e eleição de mulheres no sistema político brasileiro”, afirmou. 
No Brasil, o Senado Federal possui 15,3% de mulheres, a Câmara 9,9%, Assembléia 11%, Câmara dos Vereadores 13% e de Governadoras, temos apenas 3,7% de mulheres. E por curiosidade, o Tribunal Superior Eleitoral conta com 28,6% de mulheres em seus quadros. Os dados são do relatório do Banco Mundial.
O relatório também apontou a inclusão das mulheres na educação primária de 100%. Já na secundária, a maioria também é de mulheres. Já nos segmentos de empreendedorismo e finanças, as mulheres predominam na informalidade. Com relação à propriedade da terra, no segmento de imóveis rurais, o investimento liberado para as mulheres tem valor inferior ao mesmo programa liberado para os homens. A gerente de projetos do Banco Mundial, Fátima Amazonas, citou o Pronaf Mulher o qual o valor do crédito bem mais baixo do que o Pronaf para os homens. “É importante destacar que não há justificativa para a diferença de valor, haja vista a mulher ser melhor pagadora”, conclui.
Roberta Viegas falou da importância das mulheres não só ocuparem cargos na política, mas também que ocupem vagas de titulares nos conselhos das empresas e das entidades de classe. Existem alguns projetos de lei que estão tramitando nas casas legislativas que não só estipulam a maior representação das mulheres nesses espaços, bem como a punição para empresas que usarem de meios para discriminarem mulheres. E uma das formas é a não participação em licitações públicas. 

Participou da mesa de abertura do seminário, a secretária da Mulher de Pernambuco, Silvia Cordeiro, o presidente da Fundaj, Paulo Rubem Santiago. A pesquisadora da Fundaj, Cristina Buarque, que realizou sua palestra à tarde junto com a palestrante da universidade de Vasóvia (Polônia), Magdalena Wanda Nazarczyk.